Professor comanda oficinas de capoeira na Estação dos Ventos

Fotos: Gabriel Haesbaert (Diário)
Também cria de um projeto social, hoje Professor Porcego (de cinza) transfere seus conhecimentos de capoeira

"Para nós, é uma filosofia de vida". É assim que o segurança e professor de capoeira Tiago Bello, o Professor Porcego, entende a modalidade a qual se dedica. Desde fevereiro, ele comanda a oficina do esporte no Centro de Desenvolvimento Comunitário (CDC) Estação dos Ventos. Todas as terças-feiras, às 14h, o local é tomado pelo gingado que dá o tom às atividades. Titular da oficina desde que o professor Henrique Prates precisou deixar o cargo, Porcego fala da importância do trabalho realizado com os membros mais jovens da comunidade.

- O trabalho é muito bom. Fico feliz que eles vêm participar. Sempre falamos para eles que é preciso estudar primeiro, e, depois, praticar a capoeira - comenta o professor, que dá aulas em outras escolas da cidade, além do Centro de Referência de Assistência Social (Cras).

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As oficinas eram um sonho da direção da Estação dos Ventos desde o ano passado. A coordenadora e fundadora Fabiana Pereira Ribeiro, conta que tem planos a médio e longo prazo para o projeto.

- Tenho uma visão muito positiva da oficina. Nela, as crianças têm uma maneira de fazer o que gostam e de se inserir no meio para praticar um esporte. Nossa ideia é incentivá-los para que, no futuro, virem disseminadores da capoeira e do projeto - revela.

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Se Fabiana pode ter uma certeza é a de que a oficina está em boas mãos e que as crianças puderam contar com grandes "espelhos". Isso porque tanto Porcego quanto seu antecessor são crias do projeto social do grupo Barra-Vento Capoeira, comandado por Sandro Militão, o Mestre Boi. Porcego diz que Militão foi sua maior inspiração e uma das razões da filosofia adotada. O amor pela capoeira era tanto que, para começar a praticar o esporte, em 1995, o atual professor faxinava as academias para pagar as aulas. Hoje, ele vê a oficina como a realização de um sonho.

- É muito bom poder transferir meu conhecimento para mentes mais novas. Eles vão à capoeira com vontade. Futuramente, teremos profissionais aqui para levar nosso trabalho em frente. Na minha vida, tudo o que eu sou é graças à capoeira. Ela me deu tudo o que eu tenho - comenta o professor.

PAIXÃO PELO GINGADO

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Mesmo com pouco menos de três meses de trabalhos realizados, o retorno proporcionado pelas oficinas já começa a aparecer. O aluno mais experiente, Gabriel Ferreira Barcelos, 12 anos, já dedicou um terço da vida à capoeira. No Avenida Tênis Clube (ATC), ele atingiu o cordel verde e amarelo.

- São quatro anos praticando. Quero levar para a minha vida toda isto - destaca Gabriel, hoje aluno do projeto da Estação dos Ventos.

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A visão de Gabriel é um consenso entre os quase 20 jovens que frequentam as aulas. Jeferson dos Santos Freitas, 11 anos, completou apenas três aulas, mas já se viu encantado pela mistura de sensações proporcionada.

- É tudo muito legal. Estou levando no coração - valoriza.

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Filho de Fabiana, um dos mais velhos do grupo de capoeira e um dos primeiros frequentadores das atividades, Nicolas Ribeiro Machado, 14 anos, também se tornou um aficcionado pela modalidade e se mostra agradecido pela chance que tem de aprender o esporte.

- Tem muita gente que gostaria de ter aulas de capoeira e não pode, então, é muito bom ter essa oportunidade - indica Nicolas, que integra o projeto social há oito anos.

Criada em 2005, o CDC Estação dos Ventos oferece, hoje, 17 atividades, nos turnos da manhã e da tarde, para cerca de 40 crianças e adolescentes. Além disso, oferece lanches para os pequenos moradores do Bairro João Goulart. (Colaborou Lorenzo Seixas)

COMO CONTRIBUIR

Além de buscar patrocinadores para suas oficinas, a Estação dos Ventos pede doações. Confira, abaixo, algumas das necessidades da instituição. As doações podem ser levadas na sede do grupo (Rua Luiz Castagna, s/nº, Bairro João Goulart), ou combinadas pelo telefone (55) 99190-0572.